quarta-feira, 9 de maio de 2007

Sobre o Amor

Sobre o amor, trecho tirado da obra, O Banquete, de
Platão.

 

 

Em Banquete dado aos amigos após Agatão ganhar um concurso
de tragédias, conversam Agatão e Sócrates sobre o amor.

 

Agatão faz o elogio do amor:
sustenta que deus Amor é o mais feliz, porque o mais belo, e o melhor; é o mais
novo, não o mais antigo dos deuses. Os problemas e conflitos entre os deuses
ocorreram pó Necessidade, não por Amor, pois onde Amor reina, há amizade e paz.
Amor é sempre jovem e, além disso, delicado: não é sobre a terra que ele anda,
“mas no que há de mais brando entre os seres”; afasta-se das almas em que
encontre um costume rude, habitando as de costume delicado. Sua constituição é
úmida; se fosse seco, não poderia amoldar-se a todas as formas, entrar e sair
das almas. Amor não comete nem sofre injustiça, não cede à força, “pois
violência não toca em Amor”. Ele é justo: “todo homem de bom grado serve em tudo ao Amor”. Ele é justo: temperante, equilibrado: nenhum prazer o domina; ele domina os
desejos. Amor é sábio e torna os outros sábios: qualquer um torna-se poeta
desde que tocado por ele; torna-se célebre e ilustre todo discípulo do Amor.

            Manifestando-se a seguir, Sócrates pergunta a
Agatão se o amor possui ou não um objeto que se refira a ele, ou seja, se “o
Amor é amor de nada ou de algo”. Agatão responde:

[Dialogo entre Sócrates e style='color:blue'>Agatão se Inicia]

 

-De algo, sim.

-Isso então, guarda contigo,
lembrando-te de que é que ele é amor; agora dize-me apenas o seguinte: Será que
o Amor, aquilo que é amor, ele deseja ou não?


-Perfeitamente

-E é quando tem isso mesmo que
deseja e ama que ele então deseja e ama, ou quando não tem?


-Quando não tem, como é bem
provável.


-Observa bem, se em vez de uma
probabilidade não é uma necessidade que seja assim, o que deseja aquilo de que
é carente, sem o que não deseja se não for carente. É espantoso como me parece,
Agatão, ser uma necessidade; e a ti?


-Também a mim

-Tens razão. Pois porventura
desejaria quem já é grande ser grande, ou quem já é forte ser forte?


-Impossível, pelo que foi admitido.

-Com efeito, não seria carente disso
o que justamente é isso.


-É verdade o que dizes.

-Se, com efeito, mesmo o forte
quisesse ser forte, e o rápido ser rápido, e o sadio ser sadio – pois talvez
alguém pensasse que nesses e em todos os casos semelhantes os que são tais e
têm essas qualidades desejam o que justamente têm, e é para não nos enganarmos
que estou lhe dizendo isso – ora, para estes, Agatão, se atina bem, é forçoso
que tenham no momento tudo aquilo que têm, quer queiram, quer não, e isso mesmo,
sim, quem é que poderia desejá-lo?  Mas quando alguém diz: “Eu, mesmo sadio,
desejo ser sadio, e mesmo rico, ser rico, e desejo isso mesmo que tenho”,
poderíamos dizer-lhe: “Ó homem, tu que possuis riqueza, saúde e fortaleza, o
que queres é também no futuro possuir esses bens, pois no momento, quer queiras
quer não, tu os tens"; observa então se, quando dizes “desejo o que tenho
comigo”, queres dizer outra coisa senão isso: “quero que o que tenho agora
comigo, também no futuro eu o tenha.” Deixaria ele admitir?


 

Agatão estava de acordo

 

- Não é isso então amar o que ainda
não está à mão nem consigo, o que não tem, o que não é ele próprio e o que é
carente; tais são mais ou menos as coisas de que há desejo e amor , não é?


-Perfeitamente

-Vamos então, recapitulemos o que
foi dito. Não é certo que é o Amor, primeiro de certas coisas, e depois,
daquelas de que ele tem precisão?


-Sim

- Depois disso então, lembra-te de
que é que em teu discurso disseste ser o Amor; que aos deuses foram arranjadas
suas questões através do amor do que é belo, pois do que é feio não havia amor.
Não era mais ou menos assim que dizias?


-Sim, com efeito

-E acertadamente o dizes, amigo, e
se é assim, não é certo que o amor seria da beleza, mas não da feiúra?


 

Agatão concorda.

 

-Não está então admitindo que aquilo
de que é carente e que não tem é o que ele ama?


-Sim

-Carece então de beleza o Amor, e
não tem?


-É forçoso.

-E então? O que carece de beleza e
de modo algum a possui, porventura dizes tu que é belo?


-Não, sem dúvida.

-Ainda admites, por conseguinte que
o Amor é belo, se isso é assim?


-É bem provável, ó Sócrates, que
nada sei do que então disse?


-E, no entanto. Bem que foi belo o
que disseste, Agatão. Mas diz-me ainda uma pequena coisa: o que é bom não te
parece que também é belo?


-Parece-me, sim.

-Se portanto o Amor é carente do que
é belo, também do que é bom seria ele carente?


-Eu não poderia, ó Sócrates,
contradizer-te: mas seja assim como tu dizes.


-É à verdade, querido Agatão, que
não podes contradizer, pois a Sócrates não é nada difícil... E a ti deixarei
agora; mas o discurso que sobre o Amor eu ouvi um dia, de uma mulher de Mantinéia,
Diotima, que nesse assunto era entendida e em muitos outros – foi ela que uma vez,
porque os atenienses ofereceram sacrifícios para conjurar a peste, fez por dez
anos recuar a doença, e era ela que me instruía nas questões do amor – o
discurso então que me fez aquela mulher eu tentarei repetir-vos, a partir do
que foi admitido por mim e por Agatão, com meus próprios recursos e como eu
puder. É de fato preciso Agatão, como tu indicaste, primeiro discorrer sobre o
próprio Amor, quem é ele e qual a sua natureza e depois sobre as suas obras.
Parece-me então que o mais fácil é proceder como outrora a estrangeira, que
discorria interrogando-me, pois também eu quase que lhe dizia outras tantas
coisas tais quais agora me diz Agatão, que o Amor era um grande deus, e era do
que é belo: e ela me refutava, exatamente com estas palavras, com que eu estou
refutando a este, que nem era belo segundo minha palavra,nem bom. E eu então: -
Que dizes, ó Diotima? É feio então o amor, e mau?


 

[Sócrates conta para style='color:blue'>Agatão o dialogo entre ele e Diotima]

 

-Não vais te calar?Acaso pensas
que o que não for belo é forçoso ser feio?


-Exatamente

-E também se não for sábio é
ignorante? Ou não percebes que existe algo entre sabedoria e ignorância?


-Que é?

-O opinar certo, mesmo sem poder
dar razão, não sabes, dizia-me ela, que nem é saber – pois o que é sem razão,
como seria ciência? – nem é ignorância – pois o que atinge o ser como seria
ignorância? – e que é sem duvida alguma coisa desse tipo a opinião certa, um
intermediário entre entendimento e ignorância.


-É verdade o que dizes.

-Não fique, portanto, forçando o
que não é belo a ser feio. Nem o que não é bom a ser mau. Assim também o Amor,
porque tu mesmo admites que ele deve ser feio e mau, mas sim algo que está,
dizia ela, entre esses dois extremos.


-E todavia é por todos reconhecido
que ele é um grande deus.


-Todos os que não sabem, é o que
estás dizendo, ou também os que sabem?


-Todos eles, sem dúvida.

 

Ela sorriu e disse:

 

-E como, ó Sócrates, admitiriam
ser um grande deus aqueles que afirmam que nem deus ele é?


-Quem são estes?

- Um és tu, e eu outra.

-Que queres dizer com isso?

-É simples. Dize-me, com efeito,
todos os deuses não os afirmas felizes e belos? Ou terias a audácia de dizer
que algum deles não é belo e feliz?


-Por Zeus, não eu.

-E os felizes então, não dizes
que são os que possuem o que é bom e o que é belo?


-Perfeitamente.

-Mas no entanto, o Amor, tu
reconheceste que, por carência do que é bom e o que é belo, deseja isso mesmo
de que é carente.


-Reconheci, com efeito.

-Como então seria deus o que
justamente é desprovido do que é belo e do que é bom?


-De modo algum, pelo menos ao que
parece.


-Estás vendo então, que também tu
não julgas o Amor um deus?


-Que seria então o Amor? Um mortal?

-Absolutamente.

-Mas o quê, ao certo, ó Diotima?

-Como nos casos anteriores, algo
entre mortal e imortal.


-O quê, então, ó Diotima?

-Um grande gênio, ó Sócrates; e
com efeito,tudo o que é gênio está entre um deus e um mortal.


-E com que poder?

-O de interpretar e transmitir
aos deuses o que vem dos homens,e aos homens o que vem dos deuses, de uns as
súplicas e os sacrifícios; e como está no meio de ambos ele os completa, de
modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo. Por seu intermédio é que
procede não só toda arte divinatória(Arte da adivinhação), como também a dos
sacerdotes que se ocupam dos sacrifícios, das iniciações e dos encantamentos, e
enfim de toda adivinhação e magia. Um deus com um homem não se mistura, mas
através desse ser que se faz todo o convívio e diálogo dos deuses com os
homens, tanto quando despertos como quando dormindo; e aquele que em tais
questões é sábio é um homem de ofício, é um artesão. E esses gênios, é certo,
são muitos e diversos, e um deles é justamente o Amor.


-E quem é seu pai, e sua mãe?

-É um tanto longo de explicar,
todavia, eu te direi. Quando nasceu Afrodite, banqueteavam-se os deuses, e
entre os demais se encontrava também o filho de Prudência, Recurso. Depois que
acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza, e ficou pela porta.
Ora, Recurso, embriagado com o néctar – pois vinho ainda não havia – penetrou o
jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando em sua falta de
recurso engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o
Amor. Eis porque ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu
natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também
Afrodite é bela. E por ser filho o Amor de Recurso e de Pobreza foi esta a
condição em que ele ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de
ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem
lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos
caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso,
decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de
sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago,
feiticeiro, sofista; e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no mesmo dia
ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita,
graças a natureza do pai; e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem
empobrece o Amor nem enriquece, assim como também está no meio da sabedoria e
da ignorância. Eis com efeito o que se dá. Nenhum deus filosofa ou deseja ser
sábio, pois já é, assim como se alguém mais é sábio, não filosofa. Nem também
os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o
difícil da ignorância, no pensar, quem não é um homem distinto e gentil, nem
inteligente, que lhe basta assim. Não deseja portanto quem não imagina ser deficiente
naquilo que não pensa lhe ser preciso.


-Quais então, Diotima, os que
filosofam, se não são nem os sábios nem os ignorantes?


-É o que é evidentes desde já,até
a uma criança: são os que estão entre esses dois extremos, e um deles seria o
Amor. Com efeito, uma das coisas mais belas é a sabedoria, e o Amor é amor pelo
belo,de modo que é forçoso o Amor ser filósofo, e sendo filósofo, estar entre o
sábio e o ignorante. E a causa dessa sua condição é a sua origem: pois é filho
de uma pai sábio e rico e de uma mãe que não sábia, e pobre. É essa então , ó
Sócrates, a natureza desse gênio; quanto ao que pensaste ser o Amor, não é nada
de espantar o que tiveste. Pois pensaste,ao que me parece a tirar pelo que
dizes, que Amor era o amado o não amante; eis porque, segundo penso, parecia-te
todo belo o Amor. E de fato o que é amável é que é realmente belo, delicado,
perfeito e bem-aventurado; o amante, porém, é outro o seu caráter, tal qual eu
expliquei.


-Muito bem, estrangeira!É belo o que
dizes!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Aqui começam meus pensamentos

Pensamentos meus!
Aqui vão estar... tudo aquilo que pensei e vale a pena pensar, sendo assim pensarei sobre o que já pensei, pensando que outra vez melhor irei pensar!

Se eu pensar em pensamentos talvez nunca pense em fatos! E isso é um fato!

---------======= MUSICA DE HJ =======---------

Wind (tradução)
Composição: Akeboshi

Vento

Cultivando sua fome, antes de sua idealização.
Motivando sua raiva, faça tudo se realizar.
Escalando montanhas, nunca descendo.
Descanse nas satisfações, nunca caindo.

Meus joelhos continuam tremendo, como se eu tivesse doze.
Saindo da sala de aula, pela porta dos fundos.
um homem me prendeu duas vezes embora ,mas eu não me importei.
Esperar é perda de tempo para pessoas como eu.

Não tente olhar muito longe.
Não chore porque você está tão certo.
Não se seque com crenças ou medos.
Porque você irá se odiar no final.

Não tente olhar muito longe.
Não chore porque você está tão certo.
Não se seque com crenças ou medos.
Porque você irá se odiar no final.

Você diz,"Sonhos são sonhos".
"Eu não irei bancar o tolo novamente"
Você diz,"Porque eu ainda tenho minha alma".

Fique frio, baby, seu sangue precisa se acalmar
Viole sua alma para se alcançar antes de se entristecer
A reflexão do medo faz as sombras de nada, sombras de nada

Você continua cego,se você vê uma curva na estrada.
Porque existe sempre um ponto reto para o ponto que você vê.

Não tente olhar muito longe.
Não chore porque você está tão certo.
Não se seque com crenças ou medos.
Porque você irá se odiar no final.

Não tente olhar muito longe.
Não chore porque você está tão certo.
Não se seque com crenças ou medos.
Porque você irá se odiar no final (5x).







<param name="enableErrorDialogs" value="0" />